O Retorno!

Guerrilheiros e guerrilheiras das frentes culturais brasileiras e mundiais. O Hip-Hop de Fato - H2DF (www.hiphopdefato.com.br) está, de fato, de volta! O retorno acontece em meio a um panorama socio-político interessante a nível global. A volta do H2DF acontece também em meio a uma reflexão cultural em torno do hip-hop no Brasil e no mundo.

O hip-hop, enquanto música, atingiu a sua maioridade! A cara de mal e os discursos muitas vezes pesados e machistas de outrora estão ultrapassados! Embora ainda existam muitos grupos "colonizados" culturalmente, a maioria dos rappers deixaram de ser imitadores de uma cultura norte-americana. A autenticidade chegou com o amadurecimento e nossos ritmos, nossos sambas, bossas e batuques se misturaram aos batimentos por minutos dos grandes e inventivos DJ's.

O gênero, que chegou com força ao Brasil em 1983 e chegou ao ápice em 1998 - com o estouro de vendas do fenômeno Racionais Mc's em todo país - encontra-se hoje tão consagrado quanto questionado. Desde os passos de Michael Jackson - que ajudou a difundir o hip-hop, o break e a cultura de rua pelo mundo - o hip-hop, ao longo dos turbulentos anos 1980 e a tentativa de estabilização econômica e política nos anos 1990, virou não só um ritmo dançante, mas acima de tudo uma atitude que reinvidicava melhorias sociais e políticas.

No entanto, com a consagração do gênero - hoje o rap (um dos elementos do hip-hop) tem o maior faturamento na indústria musical nort-americana - o hip-hop acabou ficando refém do próprio discurso. A cultura cresceu e se subdividiu entre os que buscam preservar uma resistência político-social de resistencia comunitária, a busca de uma nova visão de mundo contra os ideais
capitalistas, e, por outro lado, os que defendem a inserção do gênero no cenário econômico vigente, vendo o hip-hop como modelo econômico.

O interessante nessa discussão é que ela está virando ciência. Cada vez mais os acadêmicos estão tentando identificar a natureza do hip-hop enquanto vetor de discurso que nasceu dos negros e latinos oprimidos e espremidos nos guetos. Teóricos dos Estudos Culturais, tais como Stuart Hall e Paul Gilroy, se dedicam, a cada livro, sobre isso.

O fato é que essas duas macro-vertentes do hip-hop hoje, e todas as suas variações, não devem ser vistas como uma luta bipolar entre o bem e o mal. De certa forma elas se misturam a todo instante. Por mais que certos grupos briguem e discutam sobre quem está certo, quem "se vendeu", quem traiu o movimento, etc, a verdade é que o hip-hop não morreu, ao contrário do que
pregava o rapper Nas. Ele se transforma e se re-contextualiza a cada dia que passa.

A briga por poder, presente em todas as manifestações humanas, é a única que ameaça não só ao hip-hop, mas a toda humanidade.

O portal H2DF chega para chamar á conversa, para unir o hip-hop em torno da questão metafísica primordial: quem somos? de onde viemos? para onde vamos? Não devemos nos esquecer que o hip-hop, embora seja hoje uma indústria milionária que fabrica marionetes (leia-se protótipo de cafetões, gangsters e suas mulheres-objetos), nasceu como uma reação à violência entre os oprimidos. Nasceu como um movimento que reinvindicava o direito à voz.

O H2DF ainda preza o movimento como detentor não só de 4 elementos (rap, break, grafite e Dj), mas de um quinto e fundamental elemento: a informação!

A partir de hoje, estamos de volta com matérias, entrevistas, videos, mp3, e principalmente muita opinião e debate dos combatentes culturais. Nosso time é vasto e extenso. Nossos repórteres são vocês que estão nas ruas de todo país e querem se manifestar. Aqui é o canal!

Seja bem vindo(a)!

Família Hip-Hop de Fato (www.hiphopdefato.com.br)